G.Q VALENTIN

𝕔𝕠𝕟𝕥𝕠𝕤 𝕖 𝕥𝕖𝕩𝕥𝕠𝕤 𝕤𝕠𝕓𝕣𝕖 𝕔𝕠𝕚𝕤𝕒𝕤

A Pior das Faltas

O sol, quando nasce, é para todos, mas a sombra é apenas para alguns. Ela leu algumas vezes a frase gravada na tela, com algumas palmeiras ao fundo. Quando entendeu, sorriu, apertou e compartilhou. Isso era algo que sua falecida irmã provavelmente diria, pensou, sorrindo de novo, dessa vez suspirando. Sentia muito a sua falta, mas lembrar dela já não machucava; ela simplesmente não existia mais. Era uma falta que estava contabilizada. Iria começar a fazer o almoço, mas, quando ia colocar o telefone de lado, ele começou a tremer e o nome Francisco apareceu preso entre dois corações.

— Oi, querida — disse uma voz timidamente preocupada.

— Oi, amor, aconteceu alguma coisa?

— Você não vai acreditar, mas roubaram o carro do Júlio.

— Aí na igreja!

— Sim! Agora pouco! Ninguém viu!

— Como assim, ninguém viu?

— Não sei! O menino da quartinha deve ter ido ao banheiro, sei lá!

— Meu Jesus!

— Levaram o sax!

— Ah, não, sério?

— Sim, estava no porta-malas…

— E como está o Júlio?

— Parece estar em choque. Estamos indo à delegacia agora, não vou chegar a tempo para o almoço.

— Tudo bem, querido, cuide dele. Ah, meu Deus, que coisa horrível!

Heloísa então voltou a seus afazeres, mas não conseguiu tirar da cabeça e do corpo a eletricidade e a preocupação. Nós temos sempre que lembrar que não estamos vendo o quadro todo, mas Deus sim. Para tudo, Ele tem um plano. Ela ficava pensando nas palavras daquele pastor que assistiu na Lagoinha. Tão jovem, mas ele tinha uma barba espessa. Braços finos também, mas talvez fosse o paletó.

Almoçou sozinha, ouvindo… Pensou em fazer chimarrĂŁo, mas talvez isso a deixasse mais ansiosa. Quando sentou, para assistir ao vĂ´lei e tricotar, o marido ligou novamente.

— O boletim de ocorrência foi feito e estamos indo para casa.

— Ah, que bom! E ele está bem?

— Está sim, está aqui do meu lado no carro. Estamos com fome, mas vamos passar na padaria aqui, não precisa fazer nada.

— Tudo bem, querido, estou aqui te esperando.

Francisco e Heloísa gostavam muito de Júlio. Moravam no mesmo condomínio já fazia mais de um ano, eles no bloco 43 e Júlio no 44, ao lado. Júlio não contou; eles descobriram: “o menino do sax está morando no nosso prédio”. Nenhum dos dois jamais usou a palavra amigo para descrever a relação que tinham com Júlio, mas usariam se alguém perguntasse. É que Júlio era uma pessoa muito retraída, quase não falava; ele apenas aceitava todos os convites que os dois lhe faziam e frequentava fisicamente os ambientes. Esse comportamento era compreensível, pois ele era tecnicamente uma pessoa triste, um órfão, escorado, mas em presença, porque ele tinha músculos que pareciam estar cheios de pasta: moles, mas definidos; cabelos pretos; olhos estranhos, não vazios, pois havia visto felicidade, mas sempre esteve perto demais do abismo, porque foi ali que teve que construir a primeira morada do coração. Mesmo que amaldiçoado com a solidão, a vida só ajudou, quase de uma forma irônica, o abençoando com uma grande quantia em dinheiro deixada pelos pais.

— Diz que ele pagou o apartamento à vista!

— Bom, que benção para ele!

E eles realmente tinham em seus corações um sentimento de que algo queria o melhor da terra e dos céus para ele, para o bem e para o mal de todos os envolvidos. Nutria-se neles um sentimento um sentimento de responsabilidade com os com as quais se relacionavam mais diretamente dentro da igreja, pois tinham cargos de liderança e confiança dentro da igreja, sentiam como se fossem pilares, por terem um tempo conversão e de igreja que quase estava entrando na terceira década. Precisavam fazer alguma coisa e então, como solução, o casal decidiu organizar um café da tarde e, como para todos os convites que recebia deles, Júlio disse sim.

— Oh, querido — Heloísa disse, quando abriu a porta e o viu, mais frágil do que nunca, vestindo uma camisa preta e jeans — como você está? — perguntou, abraçando-o.

— Estou bem, tia — todos os meninos da banda a chamavam assim — apesar de tudo.

HeloĂ­sa chamou ele, o tecladista, o baixista, o guitarrista e a irmĂŁ com o filho psicĂłlogo, que talvez dessa vez estivesse de fato interessado em finalmente se converter, pois estava com problemas de saĂşde. Queria ver se ele conseguia se enturmar com os meninos da banda, mesmo com seu jeito espalhafatoso, talvez o fizesse ir mais vezes ao culto

— Eu chamei o pastor também, mas ele tinha que fazer um velório — anunciou, vindo cambaleando da cozinha com seu joelho ruim, trazendo a primeira garrafa de café, quando todos estavam finalmente sentados.

— Quem morreu?

— Ai, meu filho, não sei. Nossa igreja é muito grande, tem gente morrendo quase todo dia.

— Foi…

— Oh, que pena, eu acho que conhecia.

Fez-se entĂŁo um silĂŞncio Ă  mesa.

— Bom, como estava dizendo — o sobrinho retomou o assunto que conversavam enquanto Heloísa estava passando o café. Sua mãe ao lado imediatamente se encolheu, temendo encontrar o olhar de qualquer pessoa — no fim das contas, o que ninguém quer admitir é que, no fundo, todo homem é impotente e castrado, e toda mulher é louca.

Heloísa olhou ao redor e seus convidados, mesmo que não parecessem desconfortáveis ou ofendidos, não pareciam saber se deveriam engajar ou não agora que ela estava de volta na mesa, então decidiu tomar as rédeas.

— A sua tia aqui de fato Ă© bem louquinha, nĂŁo Ă©, Helene? — e todos começaram a rir — Lembra daquela vez que…

E a conversa continuou leve, engraçada e energética. O sobrinho, claro, tentou intervir várias vezes, mas Heloísa já estava acostumada a contorná-lo; tinha várias táticas, o que a deixava surpresa e deslumbrada ao mesmo tempo, por conseguir fazer isso com um psicólogo. Ao mesmo tempo, receava o dia em que ele eventualmente iria descobrir tudo e substituí-la na mesa como a mediadora das conversas, pois uma coisa ela tinha que admitir: se havia alguém que podia fazer isso, era aquele sobrinho, apesar de todos os seus defeitos de caráter, espirituais e comportamentais. Tinha que ao menos tentar amá-lo.

— Você não tem limites — Helene dizia, brincando e implorando, depois de uma piada quase suja do filho.

— Tia — perguntou Júlio, que tinha ficado calado esse tempo todo — posso pegar uma água gelada lá na cozinha?

— Claro, querido, fique à vontade — respondeu, olhando-o nos olhos e querendo que os seus estivessem passando o mais terno carinho.

Então, passaram a conversar sobre o calor que estava fazendo nos últimos dias, mas Heloísa percebeu uma certa quantidade de tempo passar, pois não viu Júlio voltar à sua cadeira no canto da mesa. Pediu licença e foi até a cozinha.

— Tudo bem, meu filho? — perguntou para o rapaz de costas, olhando a parede de concreto que dava à janela da cozinha de Heloísa.

Ele nĂŁo respondeu.

— Júlio — disse ela, já próxima, tocando em seu ombro — está tudo bem?

Seu rosto estava completamente soturno e quase irreconhecĂ­vel, mas ele nĂŁo a deixou ver isso por muito tempo, pois logo a expressĂŁo foi varrida por um sorriso tĂ­mido e olhos caĂ­dos.

— Estou bem, tia. Acho que tive um devaneio, sei lá.

Heloísa percebeu um copo na mesa ao lado, vazio. Pegou-o e começou a encher no bebedouro.

— Sabe, meu filho, Ă s vezes Ă© difĂ­cil pra gente ver o quadro todo; na verdade, Ă© impossĂ­vel, pois sĂł Deus vĂŞ. NĂłs sĂł podemos ver apenas partes do que Ele está pintando… ou planejando. É como se estivĂ©ssemos no escuro e tudo que temos Ă© uma lanterna. VocĂŞ precisa confiar e seguir a voz de Deus, pois Ele completará a boa obra em sua vida que já começou.

Os dois então ficaram em silêncio enquanto o bebedouro vertia a água no copo.

— Alguém me disse algo — confessou Júlio, ao pegar o copo cheio da mão de Heloísa.

— Quem?

— A Ivete… Ela me deu uma profecia.

— Hum.

— Ela disse que Deus tem sondado meu coração e sabe o quanto eu… nĂŁo estou bem, mas Ele vai me dar tudo aquilo que meu coração sonha.

— E o que o seu coração sonha, meu querido?

E ele quis dizer “eu quero que meu coração desapareça”, mas ao invés disso respondeu:

— Eu não sei muito bem se eu consigo falar… Ela me disse isso depois que eu fiz uma oração no banheiro dizendo que eu precisava de um sinal.

— Oh querido, viu, Deus te ouviu!

— Eu disse que se meu sax não aparecesse eu não ia voltar para a equipe de louvor.

Heloisa puxou um sorriso de pena enquanto mais um silĂŞncio foi feito entre os dois.

— Tem sido muito difícil pra mim, Heloisa, sabe… As coisas não têm mais sentido às vezes.

— Oh, meu querido… — ela disse, pegando em suas duas mãos. — Se é isso que seu coração quer, é isso que Deus vai te dar.

E se abraçaram.

— Tia! — o sobrinho apareceu na porta. — Ah, desculpe, estou interrompendo alguma coisa?

— Oh não, querido — respondeu a tia, enxugando as lágrimas. — Você precisa de alguma coisa?

— Acabou o sal… Quer dizer, o açúcar.

Regando as plantas na sacada, Heloisa assistiu ao preto da rua embaixo ficar cada vez mais escuro à medida que as gotas de chuva eram atiradas do céu como balas de um revólver. Uma reviravolta brusca do tempo, um reviramento em seu estômago. O sax havia sido retornado, assim como o carro com todas as outras coisas dentro. Voltaram com um pedido de desculpas escrito à mão pelo ladrão no banco do passageiro.

“Uma caligrafia horrível” pensou ao ler a foto no celular. De algum modo, ele conseguiu pôr o carro de volta dentro do enorme estacionamento da igreja.

— Na calada da noite talvez — alguém disse —, na troca de turnos… Ele mencionava que não queria para ele a ira de Deus e que algo muito forte dentro dele o impeliu a devolver.

— Jesus perdoou o ladrão — ficou matutando Heloisa, fechando a janela. — Os dois, na verdade, os dois ladrões da cruz ele perdoou, mas um não aceitou. Perdão se aceita, pois ele já é dado… Quem disse isso mesmo? — e sentou no sofá, esquecendo de acender a luz.

Francisco chegou em casa carregando o mesmo fardo sestro que sua esposa parecia ter em seu colo, mas o dele pesava na sua pequena corcunda.

Chovia torrencialmente.

— Não teve jeito — ele disse. — Ele não quer mais voltar. Diz que assina o que for, ele disse que tudo que aconteceu foi demais pra ele. Ele desistiu. Infelizmente.

Heloisa chorou.

— Eu não entendo. Isso até parece algo… — e olhou ao redor como se houvesse mais alguém na sala — Demoníaco… — e disso isso bem baixinho, como uma confissão.

— Sim — ele ficou assentindo a cabeça concordando totalmente — demoníaco.

— Eu jamais esperava isso dele, Francisco, nunca. A Ivete tinha falado com ele! Deus tinha falado com ele!

— Eu sei, eu sei…

— E agora?

— Não sei — ele disse dando os ombros e relaxou mais no sofá relaxando.

— Você conseguiu falar com ele lá?

— Não, ele só concordou em falar com o pastor.

— Ele não me atende, tentei várias vezes.

— Heloisa! — disse ele exaurido e francamente frustrado, com os dois nessa altura — Ele é um homem e já é um homem crescido, não fique insistindo.

— Não, Francisco! Ele é só um menino! Não é possível que ele tenha simplesmente jogado fora tudo, jogado tudo para o alto assim, não é normal… Deus falou com ele! Pensei até que foi coisa do…

— Seu sobrinho. Não, não foi. Ele foi ontem no encontro de jovens e a Helene me ligou, disse que ele tá parecendo outra pessoa. Não foi ele que botou ideia na cabeça dele.

— Então o que foi, Francisco?

Heloisa teve que convencê-lo, mas se ajoelharam e oraram mais uma vez pela situação e foram tomar banho.

Debaixo do chuveiro, o mundo deles era sereno e o vapor que cercava seus corpos nus, uma bruma celestial.

— A vida continua, meu amor, e o tempo sempre traz as respostas — ele disse em seu ouvido cheio de manchinhas marrons, mimoso, abraçando-a por trás, segurando sua barriga macia e gentilmente a massageando.

— Eu já estou velha demais pra isso — ela respondeu, desabafando. — Um dia desses eu não vou aguentar mais.

Após o banho demorado, com a cabeça de Heloísa no ombro de Francisco, ambos vestindo roupões que combinavam e tinham suas iniciais no peito, os dois passaram o resto da noite assistindo ao canal de esportes até a hora que não aguentaram mais e foram dormir.

No outro dia, não teve outra opção a não ser ligar para Ivete. Esperou, contudo, até dar pelo menos umas 10h da manhã, porque achou que seria a coisa educada a se fazer.

A ligação durou pelo menos uns 30 minutos. Quem mais falou foi Heloísa. Ivete, com a sabedoria de quem ocupava o informal “cargo” de “primeira dama” da igreja, pois além de profetizar era um exemplo de conduta no seu ministério de capelania, disse o que era preciso ser dito e ouvido. A ligação terminou e não foi o que Heloísa achou que seria. Precisava ir ao mercado.

Era 11 horas e o sol estava de rachar.

No caminho, tentava por palavras de conforto de Ivete na frente de seus outros pensamentos. Talvez ela não estivesse vendo o quadro todo e o milagre viria em outro momento, não agora. Mas, escolhendo qual mamão levar, encurralada, teve que se entregar ao sentimento do fato. E se então, de fato, tivesse presenciado o pior dos pecados, o pecado contra o Espírito Santo? Ele pediu e Deus o deu, e quem houve nossas orações é o Espírito Santo, e Ivete concordava com ela.

Aflita, passando os produtos no caixa, lembrava-se de que, antes da ligação, estava pesquisando no telefone. Leu várias coisas, mas a dúvida persistia. Não encontrava ninguém que dissesse algo que lhe fizesse entender, nem alguém que tivesse vivenciado algo parecido com o que estava sentindo. Tinha acreditado piamente que o que Ivete dissesse a ajudaria, mas as palavras da amiga iam sumindo para o fundo de sua mente, enquanto sentimentos abissais ocupavam cada vez mais espaço, como se tivesse assistido a uma execução a sangue frio. E aquela frase na página que lera — “O que o Espírito Santo não perdoa” —, seguida pela mensagem de quem havia feito a postagem “o autor desta resposta solicitou a remoção deste conteúdo”, parecia se fixar, preenchendo os vazios da sua incompreensão com algo perturbadoramente indizível.

Uma blasfĂŞmia que nĂŁo comportava palavras. Grave. GravĂ­ssima. Sem resposta.

Sentia o peito cada vez mais pesado dentro do carro voltando para a casa e tentou se acalmar, abrindo as janelas e colocando na rádio gospel.

— Oh, Deus, tem misericórdia! — sussurrava, desamparada. A cada rua que passava Deus ia sumindo lentamente de seu coração e uma angústia tomava conta dela O que mais queria era chegar em casa logo, pois pensava que lá acharia uma especie de refugio, onde pudesse se acalmar. Quando chegou no estacionamento do prédio, sua alma estava tão desfiada que sentia que o mundo era apenas uma rocha flutuante onde o sol castigava seus moradores sem qualquer piedade.

Perturbada e mancando, abriu o porta-malas, pegou as sacolas e saiu andando sem poder usar as mãos para se proteger da luz incessante. Contudo, ela conseguiu ver, claramente, num momento em que ergueu sua cabeça e os raios de sol, numa dança, se desfizeram de sua vista. E no quarto andar do prédio ao lado do seu estava Júlio César Roquize Eribori Nunes, dentro de sua sacada com um cigarro aceso, punhado em sua mão.

A última coisa que lembrou de ver foi o olhar que ele lhe desceu quando a percebeu olhando. Brilhante, indolente, fiel finalmente a alguma coisa, contudo condenado na inquisição de uma deidade pagã que ele próprio cativava no horizonte da varanda de seu castelo amaldiçoado.

Largada no sofá, as compras ficaram na porta. Exausta, suava muito. Seu peito pesava de novo e embaixo dele havia um coração estraçalhado. Como pode ele?, pensava. Quem ele pensa que é? Onde ele acha que vai chegar com isso? Uma tia conhece seus sobrinhos, ou deveria. “Ataque de pânico”, veio a voz dele assombrar sua cabeça, e ela o expulsou o mais rápido que pôde. Hoje não, agora não, naquele momento, nem pensar.

Podia se recompor, teoricamente, pôr as peças de novo no lugar. Era possível, como um cálculo físico, porque quem tem Deus tem tudo que precisa e muito mais, mas seu corpo pesava tanto que qualquer tarefa parecia impossível.

— Estou velha — resgatou daquele banho com o marido. — Eu não tenho idade para isso — refletia — e nem ele, e ele era sábio e quem sabe um pouco mais forte para ter desistido já de Julio.

Acima do complexo de prédios imaginou um pêndulo. Ela sentia um relógio suspenso por uma corrente na mão de um mágico satânico, e ele, e somente ele, podia ser o responsável por isso, pois não havia nada nela dentro e fora dela que não havia lutado por ele em ação e oração. Nenhuma intenção em sua alma abalada poderia ser usada contra ela, e suas convicções sobre isso eram sólidas e nobres como ouro. E no fim das contas, isso deveria ter sido o suficiente contra os principados e potestades, porque essa era a sua luta, não era? Deveria ter contado para alguma coisa.

— Não se faz isso com Deus — era a moral que queria tirar do sinistro conto que acabara de ler. Contudo, desgraciada, teve que levantar do sofá quando cruelmente percebeu que antes de Deus, Júlio havia covardemente a apunhalado primeiro. E Deus, “bom, Deus sempre perdoa”, considerou. Já ela teria que pensar a respeito e faria isso em cima do balcão da cozinha, cortando os legumes furiosamente. Era inescapavelmente hora do almoço, não havia desculpa, achou a força que precisava. No coração de uma mulher virtuosa não é achada nenhuma falta.

Escrito e publicado por G.Q VALENTIN, todos os direitos reservados ©
RevisĂŁo: Mitsuo Florentino / @mitsuomf (Instagram)

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